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A economia do streaming está "ameaçando o futuro da música", diz Guy Garvey, da Elbow

Matéria escrita por Lanre Bakare e traduzida por Izabel Muratt.

Guy Garvey, do Elbow, disse que o grupo recentemente encurtou a introdução de uma faixa para que ela apareça nas listas de reprodução. Faixas mais longas não combinam com o sistema de listas de reprodução, disseram os músicos aos parlamentares. Músicos do Radiohead, Gomez e Elbow dizem aos parlamentares ingleses que a indústria deve se reformar e se tornar mais justa.

As três principais gravadoras estão operando "como um cartel" na era do streaming e o sistema atual está ameaçando o futuro da música no Reino Unido, de acordo com evidências fornecidas no primeiro dia de uma investigação sobre o impacto do streaming na indústria musical .

Durante o inquérito do comitê digital, cultural, de mídia e de esportes sobre a economia do streaming de música, os parlamentares ouviram músicos como Ed O'Brien do Radiohead, Guy Garvey do Elbow e Tom Gray de Gomez, que pintaram um quadro sombrio de artistas lutando para sobreviver. Garvey disse que “o sistema atual está ameaçando o futuro da música”, enquanto que a remuneração justa, o aumento da transparência e os modelos de streaming centrados no usuário foram apresentados como formas de reformar a indústria e torná-la mais justa para os artistas.

"Você está se conscientizando da injustiça dentro da empresa e, em seguida, está aderindo a este modelo. E não está funcionando." Ed O'Brien, Radiohead

Gray, que é o fundador da #BrokenRecordCampaign, disse que alguns artistas ainda estavam vinculados a contratos que incluíam cláusulas antiquadas, como uma cláusula de danos físicos de 10%, em que as gravadoras trabalham na suposição de que 10% dos CDs seriam quebrados durante o transporte.

A parcela de um artista é então calculada a partir dos 90% restantes, apesar do fato de que na era do streaming quase nenhum CD é vendido. Tom Frederikse, advogado e ex-produtor, que também testemunhou, disse que, em alguns casos, a cláusula de danos chega a 25%.

“O que está muito claro é que mais de 70% dos consumidores pensam que os artistas são mal pagos. Assim que alguém vê esses dados e aprende os termos dos acordos de pagamento, todos chegam à mesma conclusão: não está certo”, disse Gray.

Depois de ouvir as evidências, a parlamentar Julie Elliott disse que soou como se as três grandes gravadoras - Warner Brothers, Sony e Universal - estivessem operando “como um cartel” devido ao que Gray chamou de contratos “suspeitosamente semelhantes” entre diferentes artistas.

Gray referiu-se a uma recente pesquisa da YouGov que descobriu que 77% dos clientes acreditavam que os artistas não estavam conseguindo um negócio justo, e relata que a Universal registrou receitas de US $ 1,14 bilhão no último trimestre, apesar da pandemia global e da crise econômica.

Os parlamentares ouviram que os enormes lucros obtidos pelas grandes gravadoras não estavam chegando aos artistas que, no caso de Nadine Shah, que também prestou depoimento, estavam lutando para sobreviver na era do streaming. O mercado do streaming valia cerca de £ 1 bilhão no ano passado, no entanto, os artistas teriam recebido apenas 13% da receita gerada. Os músicos disseram que os artistas estavam tendo que se adaptar a um modelo de streaming que substituiu rapidamente o sistema existente na época em que eles assinaram com as gravadoras. O’Brien disse que quando o Radiohead foi contratado em 1991, haviam enormes desequilíbrios, mas que a era do streaming os exacerbou. “É interessante ver as suas reações ao depoimento desta manhã, porque vocês estão se tornando cientes da injustiça e opacidade dentro do negócio e, em seguida, estão aderindo a este modelo digital. E não está funcionando”, disse ele.

Garvey disse que Elbow recentemente encurtou a introdução de uma faixa para que ela fosse mais provável de aparecer nas playlists. Gray disse ao comitê que gêneros como jazz e clássico estão enfrentando dificuldades porque suas faixas mais longas não se adequam ao sistema de lista de reprodução, o que, segundo ele, "beneficia a audição fácil e ambientação."

Gray também disse ao comitê que ouviu falar de casos em que pessoas que tinham playlists influentes em plataformas de streaming estavam sendo pagas para incluir faixas, chamando isso de uma forma moderna de “jabá”.


A investigação continua e ouvirá as “perspectivas de especialistas da indústria, artistas e gravadoras, bem como das próprias plataformas de streaming.” O presidente do comitê, o parlamentar Julian Knight, disse que o objetivo era perguntar se os modelos de negócios usados ​​pelas principais plataformas de streaming são “justos para os escritores e artistas que fornecem o material.” Matéria original: https://www.theguardian.com/business/2020/nov/24/streaming-threatens-future-of-uk-music-says-elbows-guy-garvey

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